O que é o bullying?
O conceito sobre bullying é muito requisitado quando aplicamos o Programa Escola Sem Bullying nas escolas e, por isso, reforçar o seu significado é sempre muito importante! Segundo o PhD Dan Olweus, pioneiro em estudos sobre prevenção ao bullying, criado do Olweus Bullying Prevention Program, programa aplicado junto ao Escola Sem Bullying da Abrace – Programas Preventivos, “Bullying é quando alguém repetidamente e de propósito diz ou faz coisas más ou prejudiciais a outra pessoa que tem dificuldade em se defender.”
O bullying pode assumir várias formas, sendo elas:
- Bullying verbal como apelidar ou assediar verbalmente
- Deixar pessoas fora de um grupo de propósito;
- Bullying físico como empurrar, bater ou chutar;
- Contar mentiras e espalhar boatos falsos;
- Persuadir parar tirar dinheiro ou outras coisas ou danificar materiais pessoais;
- Ameaçar ou forçar outra pessoa a fazer coisas que ela não quer fazer;
- Bullying racial;
- Bullying sexual;
- Cyberbullying (bullying na internet).
Qual é a diferença entre bullying e brincadeiras?
Você pode estar se perguntando se o que seu filho está enfrentando é bullying ou apenas brincadeira. Mas como saber?Brincadeiras geralmente envolve dois ou mais amigos que agem juntos de maneira divertida com todas as pessoas envolvidas. Brincar não envolve ferir os outros.
O bullying, por outro lado, geralmente envolve dois ou mais jovens que não são amigos. Muitas vezes há um desequilíbrio de poder. Isso pode ocorrer porque um jovem é fisicamente maior ou mais popular, ou porque vários jovens estão atacando uma criança ou adolescente. O bullying também costuma acontecer mais de uma vez. (Mas não espere até que haja vários episódios para interromper o bullying.) Se o seu filho achar que as ações de outra pessoa não são engraçadas ou divertidas, é mais provável que possa ser bullying. Provocações podem se transformar em bullying quando vão longe demais.
Veja também: O que é cyberbullying e como impedi-lo de acontecer: 10 coisas que os adolescentes querem saber sobre cyberbullying.
O bullying está presente nas escolas atualmente?
Segundo pesquisas brasileiras, quase a metade dos alunos entrevistados (46,6%) diz ter sofrido algum tipo de bullying e se sentido humilhado por colegas da escola. A maioria(39,2%) afirmou se sentir humilhado às vezes ou raramente e 7,4% disseram que essa humilhação acontece com frequência.
O bullying por meios físicos é mais comum entre os meninos. As meninas costumam usar formas mais sutis de bullying, como deixar as pessoas fora de grupos, espalhar boatos e prejudicar amizades. No entanto, o bullying verbal, em particular – é geralmente a forma mais comum de bullying entre meninos e meninas.
Que papéis os jovens desempenham em situações de bullying?
Uma situação de bullying não é algo que afeta apenas o jovem que é intimidado ou os jovens que estão fazendo o bullying. Quase toda criança ou adolescente envolvido ou testemunha uma situação de bullying é afetado.
Em sua pesquisa, Dan Olweus identificou os diferentes papéis presentes em uma situação de bullying. Essas funções incluem a criança que sofre bullying, os jovens que praticam bullying, crianças que apoiam o bullying, espectadores e defensores ou possíveis defensores do aluno que está sendo intimidado. O objetivo de um esforço bem-sucedido de prevenção ao bullying deve ser levar mais crianças para o papel de defender a criança que está sendo intimidada.
Por que é importante abordar o bullying?
Todos os dias há crianças e adolescentes que ficam aterrorizados com o fato de serem vítimas de bullying. Crianças e adolescentes intimidados podem ficar deprimidos e desenvolver baixa autoestima. Muitos deles desenvolvem problemas de saúde, como dores de estômago e dores de cabeça.
É provável que também sofram de baixo rendimento escolar. Alguns jovens intimidados podem ter pensamentos suicidas e até acabar com suas próprias vidas. Os efeitos sobre crianças e jovens que sofrem bullying podem durar muito no futuro, muito depois de se tornarem adultos.
É um direito humano óbvio que todo jovem se sinta seguro contra este tipo assédio moral. Os jovens que praticam bullying não ficam fora das consequências e problemas.
Muitas crianças e jovens que sofrem bullying tendem a adotar outros comportamentos “antisociais”, como quebrar regras, furtar lojas e prejudicar propriedades. Eles podem começar a beber álcool e fumar em uma idade jovem, e podem ter mais propensão a violência.
Crianças e jovens vítimas de bullying (meninos, em particular) correm maior risco de se envolverem em crimes e abuso de substâncias durante a idade adulta. Esses fatos deixam claro que a prevenção do bullying também é importante para os jovens que intimidam os outros.
Os espectadores que testemunham o assédio moral também são afetados. Muitas vezes sentem medo do assédio moral e se sentem impotentes para mudar a situação.
Eles podem se sentir culpados por não agirem ou podem ser atraídos a praticar bullying e depois se sentirem mal por isso.
Como você pode saber se seu filho está sendo intimidado?
Como pai/mãe ou responsável, você pode suspeitar que seu filho esteja sofrendo bullying, mas não ter certeza.
Abaixo alguns sinais comuns de que uma criança pode estar sofrendo bullying:
- Chega em casa com peças de roupas, livros ou outros pertences rasgados, danificados ou em falta;
- Tem cortes, contusões e arranhões inexplicáveis;
- Tem poucos amigos, se houver algum, com quem passa algum tempo;
- Parece ter medo de ir à escola, caminhar até da escola, andando de ônibus escolar ou participando de atividades organizadas com colegas (como clubes, igreja etc);
- Adota um caminho longo e “ilógico” ao ir ou voltar da escola;
- Perdeu o interesse pelo trabalho escolar ou de repente começa a se sair mal na escola;
- Parece triste, mal-humorado, choroso ou deprimido quando chega em casa;
- Se queixa frequentemente de dores de cabeça, dores de estômago ou outros problemas físicos;;
- Tem problemas para dormir ou tem pesadelos frequentes;
- Perda de apetite;
- Parece ansioso e sofre de baixa autoestima;
Toda criança merece estar livre de bullying na escola e no ambiente em que vive. Se seu filho estiver sendo intimidado, você tem o direito legal de resolver o problema. Nos últimos anos o Brasil tem adotado medidas contra como bullying, como a Lei 13.185/15 (Lei de Combate à Intimidação Sistemática – bullying)
Qual é a melhor maneira de parar com o bullying quando você vê isso acontecendo?
Se você presencia o bullying acontecendo em algum local, no seu bairro ou comunidade, sua intervenção ajudará a fazer todos entenderem que o bullying não é algo aceitável!
Aqui estão algumas etapas simples que você pode seguir para resolver uma situação de bullying:
Passo 1: pare a prática do bullying. Se você puder fazer isso com segurança, fique entre os jovens que praticam bullying e o jovem que está sendo intimidado. Se não puder fazê-lo com segurança, convém procurar o envolvimento e ajuda de outro adulto.
Passo 2: apoie o jovem que foi vítima de bullying de uma maneira que lhe permita recuperar o controle de suas emoções. Tenha cuidado ao mostrar muita atenção ao jovem que foi intimidado. Muita simpatia (quando expressa em público) pode ser desconfortável para a criança ou adolescente. Não ofereça muita simpatia (palavras ou ações) no local – espere até mais tarde.
Passo 3: aborde os jovens que sofreram bullying nomeando o comportamento de bullying e explique por que o comportamento é inaceitável. Declare o que você viu/ouviu; rotule-o de bullying. Não acuse – simplesmente exponha os fatos (“eu vi…” ou “eu ouvi…”). Use um tom prático para que os jovens intimidados saibam por que seu comportamento não é bom.
Passo 4: empodere os espectadores sobre como agir no futuro. Elogie os espectadores pelas ações que tomaram para ajudar, mesmo que não tenham sido eficazes. Se eles não tomarem nenhuma ação útil, use um tom calmo e prático para que eles saibam que você notou a inação deles. Se apropriado, sugira algo que eles poderiam fazer agora para ajudar a criança que sofreu bullying.
Passo 5: se o jovem que intimidou for seu filho, imponha consequências lógicas e não-violentas. se ele ou ela era filho de outra pessoa, considere conversar com seus pais, se você acha que eles estarão abertos para discutir o assunto.
Passo 6: se possível, siga com o jovem intimidado posteriormente para garantir que o bullying tenha cessado. encontre outras maneiras de manter essa criança ou adolescente em segurança.
Olweus Facts What Is Bullying