10 dicas para prevenir e ajudar seu filho caso ele esteja sofrendo bullying.

A palavra “bullying” traz à tona sentimentos de pavor em muitas mães e pais – mas o que realmente significa bullying e quando os pais precisam se envolver?

Nem todo comportamento maldoso ou ofensivo é realmente bullying. Para ser caracterizado, ele precisa ser uma atitude negativa, repetitiva e com desequilíbrio de poder, que podem ser status social, força física ou acesso a informações constrangedoras, sendo que o bullying pode ser praticado de forma física, verbal ou social, mas o objetivo é sempre o mesmo: fazer com que uma pessoa específica se sinta humilhada e “menor”.

Em uma pesquisa informal pela Today.com com pais e responsáveis, 86% deles disseram que seus filhos já sofreram bullying alguma vez. Apenas 46% acham que a escola de seus filhos leva o bullying a sério e 61% dizem que seus filhos se preocupam com o bullying.

“A condução desse tipo de situação nem sempre é fácil para pais e responsáveis.  Se houvesse uma maneira fácil de fazer isso, não teríamos um problema tão grande “, disse a Dra. Gail Saltz, professora associada de psiquiatria no NewYork-Presbyterian.

Então, como pai e mãe, quando se deve intervir e conter a prática do bullying?

  • 34% dos entrevistados disseram ter enfrentado um agressor infantil e o fariam novamente;
  • 2% disseram que fizeram o mesmo, mas não fariam novamente;
  • 49%, disse que nunca enfrentou um agressor infantil, mas o faria se necessário;
  • 16% disseram que não enfrentariam diretamente uma criança.

Veja abaixo o que pais e responsáveis podem (e devem) fazer, e o que não devem:  

1. Entre em contato imediatamente com as autoridades se alguma dessas coisas acontecer

Se você souber de uma situação que envolva uma arma, lesão física grave, abuso sexual ou violência motivada por ódio ligada ao racismo, homofobia ou discriminação religiosa, não demore. Os administradores da escola e a polícia precisam ser alertados. Também é necessária uma ação urgente se uma criança é intimidada por ter uma deficiência, uma necessidade especial de saúde ou uma alergia alimentar – por exemplo, se alguém está tentando expor um jovem com alergia a alguma alimento que seja alérgico. Aja rapidamente. Você não está exagerando. 


Conheça a Lei Federal 13.186/2015 – Lei de Combate à Intimidação Sistemática (bullying)

 

2. Anote todas as informações e não se desespere.

É difícil manter a calma quando se descobre que um filho sofreu bullying – mas fique calmo. “Muitas vezes, infelizmente, quando um jovem relata o bullying a um adulto, esse adulto acaba tomando atitudes que faz o aluno pensar que deveria ter ficado de boca fechada e sofrendo silenciosamente, disse Sameer Hinduja, professor de criminologia da Florida Atlantic University e co-diretor do Cyberbullying Research Center. “É realmente importante que você se sente e converse com seu filho. Entenda o contexto todo, quem esteve envolvido, o horário que aconteceu etc.

3. Entenda o que esperar em diferentes idades.

Mesmo que o seu filho não seja alvo direto de bullying, com certeza saberá quando alguém for intimidado, e isso ficará mais sério conforme a idade. No ensino fundamental, as crianças podem sofrer insultos verbais dolorosos, agressão física primitiva e alguma exclusão social. À medida que entram na adolescência e têm mais acesso à tecnologia, o bullying que experimentam pode se tornar mais sofisticado, frequente e cruel. Os dispositivos estão sendo sempre utilizados e as pessoas estão dispostas a dizer coisas online que nunca diriam pessoalmente. O cyberbullying pode fazer com que uma criança feliz se sinta como se a vida tivesse sido arruinada da noite para o dia.

4. Acabe com o cyberbullying com rapidez e discrição.

Jovens que sofrem cyberbullying querem que posts negativos e constrangedores feitos sobre eles desapareçam – e a boa notícia é que isso é possível. Quando algo acontece dentro de redes sociais, jogos e outras plataformas, é possível que o comportamento seja denunciado. “Geralmente, dentro de 24 horas, essas empresas derrubam as postagens”, disse Hinduja. Pais e responsáveis também podem enviar um e-mail para obter ajuda dentro das plataformas.” (Dica: mantenha as capturas de tela do comportamento online abusivo antes que ele seja removido. Você pode precisar dessa documentação posteriormente, se a situação piorar.)

5. Pratique possíveis respostas com seu filho.

Se os jovens estão sendo ameaçados na escola ou no transporte escolar a interpretação de papéis pode ajudá-las a descobrir como lidar com a situação sozinhos, sem o seu envolvimento. Elabore ideias para respostas e abordagens simples e rápidas. “Converse com seu filho sobre dizer para parar o bullying”, sugeriu Saltz, como um passo inicial. “Conseguir um grande aumento no número de vítimas é o que o agressor quer. Apenas um “Pare com isso!” pode ser suficiente. ‘”Outras ideias a serem consideradas com seu filho: respostas inesperadas ou engraçadas podem atenuar a situação. Um tratamento silencioso e confiante seguido de afastamento pode transmitir um ar de calma e autocontrole. Uma conversa discreta entre o aluno e um adulto de confiança na escola pode fazer maravilhas. “Muitos pais querem entrar e resolver tudo”, observou Hinduja, “mas crianças e adultos têm habilidades sociais e emocionais que precisam desenvolver por conta própria”.

6. Os amigos do seu filho precisam se defender.

Ao elaborar as ideias com seu filho, enfatize a importância de construir uma rede de apoio com colegas confiáveis. “De acordo com pesquisas, o que parece ser mais eficaz para combater o bullying é envolver os espectadores”, observou Saltz. “As crianças precisam entender que é importante defender um ao outro e não permitir uma cultura de bullying se instaure na sala”.

7. Identifique os sinais de alerta de que seu filho precisa de sua ajuda.

Se seu filho tentou lidar com a situação sozinho e não está melhorando, é hora de você tomar uma ação. Isso é especialmente importante se o seu filho não quiser mais ir à escola, tiver notas baixas, alterações notáveis ​​nos padrões de sono e alimentação ou perder o interesse em atividades ou amizades favoritas. “O bullying pode criar transtornos de depressão e ansiedade”, disse Saltz. “Vemos taxas de suicídio subindo na população jovem. O bullying tem uma boa parcela de culpa, e a vergonha é uma grande causa de suicídio, certamente você não quer que isso continue acontecendo com seu filho. “

8. Resista ao desejo de entrar em contato com os pais da criança que pratica bullying.

Às vezes, os pais podem ter conversas positivas e produtivas sobre as interações dos filhos quando eles são muito pequenos, mas à medida que os filhos crescem, esses encontros raramente terminam bem e costumam piorar as coisas. Em vez de entrar em contato com os pais do agressor, tente acionar a escola que possuem profissionais preparados na área de psicologia ou de saúde mental e são designados para este tipo de situação. “Eles podem ser capazes de encaminhar as coisas na direção certa e mantê-las em sigilo”, disse Saltz. “Outro motivo para abordar esse profissional é que, na maioria das vezes, o agressor precisa de ajuda e intervenção.” Se a situação estiver evoluindo para um território mais perigoso, vá diretamente aos administradores da escola, recomendou Saltz.

9. Ajude seu filho a virar “o jogo” e aprender a resiliência.

Os pais devem estar em alerta máximo para padrões prejudiciais de pensamento perseguindo seus filhos. “Na adolescência, podemos ficar presos nesse pensamento que tendencia para baixo. Pode ficar tudo muito difícil, muito rápido. “Talvez eu seja um perdedor. Talvez eu sempre fique sozinha”, disse Hinduja. “Essas mensagens sobre identidade podem estar guardadas nos cantos de nossas mentes. Os adultos precisam observar o lado positivo disso e dizer: ‘Isso ajudará você a ser mais forte. Está ajudando você a viver uma ótima história e a ter uma vida bonita. Você terá uma ótima história. Você pode superar as adversidades.’ Diga aos seus filhos para pensarem em celebridades, atletas ou músicos que eles respeitam – sim, eles são amados, mas ainda precisam lidar com inimigos. Eles aprenderam a se envolver naquilo que amam sem deixar que os ‘odiadores’ inviabilizem seus sonhos. Diga a seus filhos: “Queremos que você seja da mesma maneira”. “

10. Converse com a escola sobre programas de prevenção ao bullying.

Há muito a se fazer para combater o bullying na escola, e um programa especializado em prevenção ao bullying é fundamental para lidar corretamente com este tipo de problema. No Brasil, a Lei 13.185/2015 exige que escolas, grêmios e clubes apliquem programas para o combate deste de tipo de situação, visando a prevenção do comportamento. Converse com a instituição do seu filho estuda para saber o que eles têm feito em relação ao bullying e se já possuem programas a respeito do tema. Escola Sem Bullying é um exemplo de programa implementado em todo o Brasil. Ele possui a parceria com o Olweus Bullying Prevention Program, maior e mais eficaz programa de prevenção ao bullying do mundo. Para conhecer mais, clique aqui.


Laura T. Coffey 

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