O bullying é um problema sério para muitas crianças e adolescentes que podem causar muitos problemas mais tarde, incluindo impactos a longo prazo na saúde mental. Apesar do conhecimento dos seus perigos, as relações biológicas entre o bullying e as questões posteriores da vida, como a depressão e a ansiedade, são praticamente desconhecidas.
Segundo os autores do novo estudo, publicado dia 12 de dezembro na revista Molecular Phychiatry, a investigação é a primeira a sugerir que o bullying durante a adolescência pode causar problemas sociais e de saúde mental, alterando a forma do cérebro.
O estudo envolveu uma análise de 682 jovens de Inglaterra, França, Irlanda e Alemanha, com idades entre 14 e 19 anos. Ao longo do estudo, os participantes fizeram exames cerebrais e tiveram de preencher questionários detalhando a extensão do bullying a que eram vítimas, segundo o New Atlas.
Trinta e seis dos jovens relataram que haviam sofrido bullying persistente. Os investigadores compararam os dados recolhidos nestes casos extremos com os dos participantes que sofreram um nível de assédio menos intenso.
A equipe descobriu que regiões isoladas no cérebro dos participantes severamente intimidados tinham encolhido significativamente. Estas seções do cérebro, conhecidas como putâmen e núcleo caudado, contribuem para os processos comportamentais, incluindo a sensibilidade à recompensa, o tempo de atenção e o processamento emocional.
Uma degradação destas áreas, que ocorre num período formativo tão vital na vida de um jovem, durante a qual os seus cérebros crescem e amadurecem fisicamente, poderia explicar os altos níveis de ansiedade experimentados por jovens de 19 anos que sofreram bullying intenso.BuCom os resultados, a equipe internacional de investigadores por trás do estudo enfatiza que devem ser tomados todos os passos necessários para erradicar o assédio moral persistente para evitar desvios na formação do cérebro que podem levar à doença mental em fases mais tardias da vida.
Fonte: Zap Portugal