A ligação entre o bullying e problemas de saúde na fase adulta.

De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Victoria, em British Columbia, o bullying sofrido na adolescência está diretamente ligado a problemas de saúde na fase adulta

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Pesquisadores acompanharam durante 10 anos adolescentes e jovens com faixa etária entre os 12 e 19 anos, e descobriram que as consequências do bullying físico e emocional se perpetuam através da fase adulta se manifestando em sintomas como dores de cabeça, tonturas, dores nas costas, dores abdominais, insônia, e baixa auto estima.

 

 

“Problemas de saúde como depressão, ansiedade, sintomas somáticos ou baixa auto estima, podem interferir em diversas áreas da vida como a fase acadêmica, trabalho, satisfação nos relacionamentos e sucesso econômico” afirma a co-autora das pesquisas Alanna D. Hager.

 

 

“O estudo enfatiza que os anos iniciais da adolescência são um momentos de sensibilidade tornando ideal a implementação de intervenção e prevenção, esforços que podem freiar o desenvolvimento de problemas de saúde na juventude” afirma Bonnie J. Leadbeater da Universidade de Victoria, British Columbia, local onde as pesquisas foram conduzidas.

 

 

Estudos prévios relacionaram a vitimização de colegas de escola, assim como outras formas de estresse, com adversas mudanças biológicas, emocionais, comportamentais e sociais, processos que podem provocar problemas crônicos de saúde, afirmam os especialistas. O impacto pode ser ainda mais devastador na adolescência, pelo fato de adolescentes dependerem de seus colegas para formação de sua auto-estima e identidade.

 

 

Para analisar tais fatos, foram realizadas 6 entrevistas entre 2003 e 2014, contendo questões sobre a frequência com que sofriam bullying físico, social e emocional. Ao longo das entrevistas, aproximadamente 29% a 52% dos garotos alegaram sofrer bullying físico, enquanto 20% a 29% das garotas alegaram o mesmo. Ainda, cerca de 28% a 59% dos jovens do sexo masculino e 37% a 54% do sexo feminino alegaram sofrer ataques emocionais esporadicamente.

 

 

Durante o estudo, um número maior de garotas alegou apresentar sintomas de somatização em comparação aos garotos. Vale ressaltar ainda que problemas de saúde relacionados a questões emocionais aumentam ainda mais o processo de vitimização, ao invés de serem somente uma evidência de somatização.

 

 

Os sintomas do bullying vão desde a reclamação excessiva de adolescentes a respeito de sua saúde com intenção de não comparecerem às aulas, até dificuldades para dormir e se concentrar na sala de aula, bem como o uso de roupas largas e o não comparecimento às aulas de educação física.

 

 

De acordo com o Dr. Matthew Davis, pesquisador no Hospital Infantil C.S. Mott, da Universidade de Michigan em Ann Arbor “o momento para prevenir o bullying e apoiar as vítimas deste comportamento é durante a adolescência, quando isto ocorre. Não espere que o problema se resolva sozinho; insista em informar as vítimas de bullying que ele(a) não são culpados pelo ocorrido”.

 

 

Journal of Adolescent Health, online December 16, 2015.

 

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